Diferentemente dos outros artigos sobre nossos Destaques Acadêmicos da instituição, neste você conhecerá o trabalho de quatro alunas que pesquisaram sobre Toxina Botulínica Tipo A.
As alunas destaques são: Adriana Miranda e Larissa Bhering, pós-graduadas em Biomedicina Estética, e Lucilene Marques e Maria Ozono, pós-graduadas em Farmácia Estética, que concluíram as suas especializações em 2019.
Em grupo, produziram o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre “Aplicações Clínicas/Terapêuticas da Toxina Botulínica Tipo-A e suas intercorrências”.
Na dedicatória, elas reconheceram o apoio dos familiares como fator principal para a conclusão deste ciclo. “Aos nossos familiares, pais, maridos e filhos, nada disso seria possível sem vocês. Pela compreensão e apoio incondicional durante todas as etapas deste curso. Tê-los ao nosso lado foi de fundamental importância para o nosso sucesso.”
Uma coisa em comum entre as pessoas que buscam procedimentos estéticos é que, a maioria, buscam apagar os traços da idade que avança e traz o envelhecimento.
Para embasamento deste estudo sobre a Toxina Botulínica tipo A, o grupo trouxe uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a expectativa de vida do brasileiro. Em 2017, a média das pessoas no Brasil estava em 76 anos, 22 anos de diferença em relação ao registrado na década de 1960.
“O binômio ‘expectativa de vida’ versus envelhecimento pode ganhar ainda maior destaque quando o relacionamos com a aparência física. Ao mesmo tempo em que cresce a expectativa de vida, valoriza-se cada vez mais a juventude.”
Neste cenário, busca-se tratamentos para rejuvenescer, como suavização de rugas, o que colabora para melhorar a autoestima e aceitação social. Dentre os procedimentos indicados para esses casos, encontra-se a Toxina Botulínica: “uma molécula produzida naturalmente pelo Clostriduim botulinum, uma bactéria anaeróbica, que a produz em oito tipos sorológicos, são consideradas as toxinas mais potentes já conhecidas (HEXSEL et al., 2018).”
Atualmente, a aplicação da toxina botulínica tipo A é a mais procurada e utilizada na Estética para evitar e amenizar linhas e rugas de expressão, bem como atuar na prevenção de patologias com distúrbios de movimentos.
“Basicamente, seu mecanismo de ação é inibir a liberação de acetilcolina nos terminais nervosos motores, levando a uma diminuição da contração muscular”, consta no TCC.
Entretanto, há apontamentos de efeitos adversos após a aplicação. Porém, geralmente, eles estão associados à técnica empregada: injeção no lugar incorreto ou dosagem. Ou até mesmo à fatores intrínsecos do próprio paciente, como hipersensibilidade e migração da toxina para zonas próximas.
Intercorrências, indicações e contraindicações
E, realmente, a aplicação incorreta da substância pode causar boas dores de cabeça ao paciente. E o estudo das especialistas sobre a Toxina Botulínica tipo A mostra de forma prática e com embasamento teórico o que pode acontecer caso o procedimento não seja realizado da maneira adequada.
“Uma injeção no lugar errado pode causar uma mudança de expressão facial, pois estará bloqueando o músculo em uma posição específica, por exemplo, a queda da pálpebra ou de um músculo facial em que ela é aplicada, alguns efeitos menos frequentes como tonturas e fraqueza dos músculos e dor no local de aplicação”, explicam, respaldadas em MONROY e SOZA, 2014.
Algumas das contraindicações absolutas da aplicação da toxina botulínica tipo A citadas no estudos, encontram-se os pacientes portadores de patologias que sofrem alteração no impulso nervoso, como Síndrome de Eaton-Lambert e Miastenia, provocando sintomas de fraqueza muscular.
A hipersensibilidade aos componentes da formulação, uso do concomitante de antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos ou espectinomicina por um período superior ou igual a três dias anterior ou posterior ao tratamento, infecção nos sítios de aplicação, pacientes grávidas ou lactantes também são contraindicações a serem consideradas.
Já as contraindicações relativas, as biomédicas e farmacêuticas estetas alertam para patologias da coagulação sanguínea ou uso de anticoagulantes, falsas expectativas quanto aos resultados do tratamento e paciente incapaz de cooperar (GYMENES, 2006; NETO, 2016).
No entanto, mesmo com tantas contraindicações e possíveis intercorrências com a Toxina Botulínica tipo A, as especialistas explicam o porquê o procedimento com a substância é recomendado e alertam de forma assertiva sobre os pré-requisitos para realizar uma aplicação da maneira correta.
“Foi possível concluir que, apesar das possíveis, porém evitáveis intercorrências, o uso clínico e terapêutico da toxina botulínica é um recurso eficaz, seguro e consistente para o tratamento de disfunções estéticas e diferentes doenças, fundamentados em evidências clínicas. Para sua utilização é imprescindível conhecimento, treinamento e habilidade profissional para a administração adequada, trazendo resultados seguros e gratificantes aos pacientes”, concluíram no estudo.
Confira o trabalho na integra: