A farmacologia na odontologia é uma disciplina muito importante para os dentistas porque eles podem prescrever medicamentos para os seus pacientes em diversas situações. Saber o que acontece com os fármacos no organismo e quais os efeitos esperados é fundamental para dar segurança a esses profissionais durante os procedimentos.
Thais Carmo é professora de farmacologia no curso de HOF (Harmonização Orofacial e Cirúrgica) do Nepuga. Ela diz que os pós-graduandos se interessam pelo assunto porque aprendem conceitos fundamentais para o dia a dia de trabalho. “Com a farmacologia, eles conseguem pensar em um tratamento adequado e eficaz para o paciente”.
Nos próximos tópicos, você vai tirar várias dúvidas sobre o que é e a importância da farmacologia para dentistas. Acompanhe.
O que é a farmacologia na odontologia
A farmacologia na odontologia tem relação com aspectos científicos de como os medicamentos podem ser usados nos tratamentos odontológicos. Esses remédios atuam em vários sistemas do corpo.
Atualmente, a ciência considera dois aspectos da droga: farmacocinética e farmacodinâmica.
Farmacocinética – Depois que um remédio é ingerido pelo paciente, ele pode ser convertido em vários metabólitos. O medicamento original e esses metabólitos podem ser ativos ou inativos, além de tóxicos ou não tóxicos, o que vai depender das propriedades físico-químicas.
Farmacodinâmica – Os fármacos têm ações que dependem dos receptores, iniciando a resposta celular oposta àquela gerada por um agonista natural. Por isso, as doses podem ser ministradas por fórmulas de spray, enxágue, pomadas, comprimidos e outras.
Resumidamente, a farmacodinâmica foca na ação de fármacos em geral e a farmacocinética avalia os efeitos do corpo a partir desses remédios.
Os dentistas podem prescrever medicamentos?
Sim, eles estão habilitados para prescrever qualquer medicamento que faça parte da odontologia, inclusive, os que são de uso controlado. Eles também podem aplicar os remédios de emergência em episódios necessários.
Para quem quiser conhecer mais sobre isso, leve em conta que a habilitação está no Artigo 6 da Lei 5.081 de 1966.
Ela diz que esse profissional pode “prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo indicadas em Odontologia” e “prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a saúde do paciente”.
Para explicar essa condição de maneira mais didática, Thais Carmo afirma: “a farmacologia é uma disciplina importante para qualquer prescritor. E o dentista é um prescritor que prescreve tanto na clínica geral da prática diária quanto na harmonização facial”.
Quais medicamentos um dentista pode prescrever
Nos dias atuais, diversas classes de medicamentos podem ser usadas na odontologia, ao passo que as condições vão depender da necessidade.
Um dos mais conhecidos são os anestésicos locais, gerais ou óxido nitroso que diminuem a percepção da dor, como em uma extração dentária. Os dentistas também podem prescrever o uso de pomadas anestésicas locais para o uso domiciliar e aplicações antes das refeições.
Outra classe é a dos anti-inflamatórios e a dos analgésicos e dos corticosteróides. Todos usados para alívio da dor. Apesar de menos comuns, os dentistas também podem prescrever remédios como antibióticos, anti sépticos e antifúngicos para tratar gengivas e raízes dentais.
Os medicamentos controlados
Com relação aos medicamentos controlados, a partir da Portaria SVS/MS 344 de 1998, os cirurgiões-dentistas podem prescrever desde que sejam para uso odontológico e tenham substâncias da lista C1, C5, A1, A2 e B1 do Regulamento Técnico.
Entre os exemplos, nós temos: analgésicos opióides, benzodiazepínicos, antidepressivos, anticonvulsivantes e anti-inflamatórios coxibes.
O que se pode ver é que são vários os tipos de medicamentos que um dentista pode indicar para os seus pacientes. No entanto, para que isso aconteça de forma segura, o profissional precisa ter conhecimento sobre eles, o que explica a importância da aula de farmacologia para dentistas.
Os tipos de receitas médicas que podem ser usadas pelos dentistas
São dois tipos de receitas médicas que podem ser utilizadas pelos cirurgiões-dentistas para prescrever uma medicação: a comum e a de controle especial.
A primeira opção é usada para fármacos ou substâncias para manipulação em farmácia. A outra serve para prescrever medicamentos de controle especial.
Em ambos os casos, a prescrição deve conter a indicação do fármaco conforme o tratamento odontológico. A receita deve ser de fácil compreensão para os pacientes, com detalhes que vão ajudar na ingestão da dosagem e medidas corretas.
O responsável também deve informar a via de administração, o intervalo entre as doses e a duração do tratamento. Por fim, os canais de contato para dúvidas quando há ocorrências de problemas relacionados ao uso dos medicamentos.
Uma curiosidade que poucos profissionais sabem é que o cirurgião-dentista deve se manifestar por meio da receita médica caso não permita o uso de medicamentos genéricos ou similares, como está na Lei 9.787 de 1999.
A aula de farmacologia no curso de HOF
A Letícia Ranghiere diz que se impressionou com a aula de farmacologia que teve durante o seu curso de pós-graduação em estética.
“A aula foi além do que esperava porque não conhecia alguns compostos que auxiliam no tratamento da melhora da pele, complementando o resultado final dos tratamentos de harmonização”. Veja um trecho do depoimento dela sobre a profissão:
Gabriel Monte é um dos alunos do curso de HOF do Nepuga e que teve, recentemente, uma aula via Zoom de farmacologia na odontologia com a professora Thais Carmo. Ele conta que optou pelo curso por ser mais completo.
“Um grande diferencial é que você leva o título de especialista, além de ter mais segurança em relação às intercorrências, que é algo que preocupa muitos profissionais que se sentem incapazes de agir nessas situações”.
Monte contou que já havia visto o assunto da farmacologia antes, ainda na época da faculdade. No entanto, sem profundidade.
“Na aula de HOF, vimos os medicamentos aplicados à harmonização orofacial. A escolha do melhor medicamento para fazer tal procedimento. E muito mais. Então, foi uma aula totalmente assertiva para que a gente consiga fazer a indicação ideal para o paciente”.
A farmacologia como tratamento estético
A Letícia Ranghiere é uma dentista que trabalha em uma franquia de estética e faz atendimentos particulares intraorais no próprio consultório. Ela diz que começou o curso de HOF porque gosta do assunto e quer melhorar a autoestima das pessoas.
A profissional da saúde teve aula de farmacologia há poucos dias. Ela conta que foi interessante porque essa será uma forma diferenciada de atender os pedidos dos seus pacientes.
“Tem pacientes que buscam uma melhora na pele de forma menos invasiva ou usando uma quantidade menor dos produtos injetáveis. Então, vai agregar porque vou poder indicar alguns cosméticos com compostos específicos que aprendi na aula de farmacologia”.